Posicionamento do MpD sobre as declarações proferidas pelo presidente da Câmara Municipal da Praia

Tuesday, November 22, 2022

Dois anos a andar para trás

Com dois anos de mandato, Francisco Carvalho não tem nada para mostrar, apenas ressentimento, teorias da conspiração e conversa fiada. E tem mentiras para enganar tontos.

Não - Francisco Carvalho -, a culpa não é do MpD, é sua e apenas sua, um presidente conflituoso, autoritário e incompetente, que perdeu a confiança dos seus próprios vereadores e, por arrasto, perdeu a maioria! Se não consegue governar, a culpa é sua e só sua.

Os dois anos de mandato de Francisco Carvalho são de propaganda e coisa nenhuma.

Autoestima e confiança

Ao invés, os anos da governação do MpD na capital demonstraram, com toda a clareza, que a Praia tinha solução e que o seu processo de degradação não era uma fatalidade.

Logo nos primeiros anos, criou-se nos praienses um sentimento de autoestima e de confiança no futuro da cidade, com a Praia a ter uma notoriedade e visibilidade nunca antes vistas.

Ser praiense passou a ser um motivo de orgulho!

A Praia passou a ser uma cidade cuidada, mais bonita, mais limpa e melhor organizada, com bairros requalificados, com mais zonas verdes e espaços públicos de qualidade.

Mais infraestruturas, mais diversidade, mais cultura, criaram uma perceção de pertença e de identidade coletiva.

Governar a Cidade da Praia é, antes de mais, respeitar a liberdade e a diversidade política, envolvendo os cidadãos numa participação ativa no presente e no futuro da urbe. E é, ainda, não prejudicar ninguém por razão das suas opções políticas, ideológicas e vivenciais. É servir e falar verdade!

É preciso fazer opções, fixar projetos e objetivos, elaborar estratégias e programas que tragam progresso social e desenvolvimento a todas e a todos.

Construir soluções

Trabalhar pela Praia é continuar a planear para resolver os problemas ligados ao rápido e permanente crescimento populacional da cidade.

É preciso construir soluções que apostem forte numa cidade organizada, limpa, cosmopolita, económica e culturalmente dinâmica.

Uma cidade solidária e inclusiva, que gere oportunidades e melhore a qualidade de vida do seu povo, em particular dos mais vulneráveis.

Infelizmente, a cidade tem vindo a regredir, por razão de uma gestão sem rumo, sem projeto e sem horizontes, frustrando completamente as ilusões criadas à volta da falácia de “Uma Praia para Todos”.

A Praia voltou para trás!

A atual governação da cidade tem-se desdobrado em trapalhadas e tem vindo a perder aliados, desde logo, os seus próprios eleitos.

Uma governação assente na propaganda e nas falácias, na ilegalidade, no compadrio e na gestão lesiva de recursos públicos.

Com o recente caso do Clube de Golf e Ténis, a máscara começou a cair, deixando a descoberto a falta de seriedade intelectual e material.

Só por si, estes factos seriam preocupantes, mas são-no, ainda mais, por se tratar da Cidade Capital de Cabo Verde.

Reverter o descalabro

A Praia precisa de verdade, sentido estratégico, comprometimento com o serviço público e muito trabalho para reverter a situação de descalabro que é o selo da atual governação.

E exige uma governação engajada e comprometida com o interesse público e a importância de que se reveste a capital de um país.

É tempo de dizer basta à propaganda e começar a trabalhar! Até porque, ao contrário da governação do PAICV, o Governo do MpD tem vindo a tratar os municípios por igual e sem palas ideológicas, mobilizando recursos para as câmaras do PAICV, como, aliás, é o caso da Câmara Municipal de Praia.

É hora de todas e todos começarmos a trabalhar para construir uma alternativa que leve a Praia de encontro ao seu caminho de futuro.

Um presidente impreparado

É preciso restaurar a autoestima e a confiança de todas e todos!

Recuando um pouco, as coisas não começaram bem para o atual presidente da Câmara Municipal da Praia. À surpresa da vitória eleitoral, seguiu-se a incredulidade e o deslumbramento, mais adiante.

Francisco Carvalho sempre se sentiu um corpo estranho na complexa circunstância de uma autarquia. Mandar uns bitaites em jornais não é, seguramente, a mesma coisa que liderar a capital de um país.

Por isso, desde o início, o atual presidente da Câmara procurou linhas de fuga, narrativas que pudessem ocultar o seu impreparo para o cargo.

Primeiro foi a “passagem de pastas”, pese embora ter passado uma semana inteira em reuniões com os vereadores da anterior equipa e efetuado duas reuniões com o anterior presidente.

Pouco tempo depois, incompatibilizou-se com a sua equipa, levando à suspensão de mandato do segundo nome da lista e à desprofissionalização de dois vereadores, com infames acusações de “corrupção” pelo meio.

Francisco Carvalho perdeu, assim, a maioria que havia conquistado nas eleições, e as reuniões da Câmara deixaram de se realizar de acordo com os procedimentos legais.

Sem maioria naquele órgão, Francisco Carvalho começa a decidir sozinho, em violação flagrante da Lei, contratando pessoas e empresas, efetuando alterações na orgânica camarária e realizando despesas sem cabimento legal.

São recorrentes as suas queixas sobre o poder central, mas não aproveitou a moratória concedida pelo Governo para pagar as dívidas que herdou da anterior gestão. Ao não ter agido atempadamente, por desconhecimento e incompetência, obstou a que fosse reduzida em 300 mil contos a dívida às empresas.

Por incapacidade e sob falsos pretextos, Francisco Carvalho paralisou mais de cinco dezenas de obras, provocando prejuízos às empresas e pondo em causa dezenas de postos de trabalho.

Com Francisco Carvalho, recrudesceram as construções clandestinas em vários bairros da cidade da Praia, o que vai implicar que o Governo terá

de suportar os custos de realojamento numa proporção bem maior do que aqueles referentes às ilhas do Sal e da Boa Vista.

Populismo e irresponsabilidade

Subvertendo a organização que, durante anos, imperou na cidade, os passeios foram ocupados pela venda ilegal e várias vendedeiras foram obrigadas a sair dos mercados para fazer face à concorrência desleal. Uma situação que, para ser revertida por uma nova administração municipal, será de difícil resolução.

Com a introdução de medidas populistas, como a baixa das taxas nos mercados, Francisco Carvalho levou a SEPAMP à falência e o município vê- se na obrigação de pagar os salários dos funcionários da empresa que gere os mercados da capital.

O setor de saneamento encontra-se num caos, com Francisco Carvalho a não se inibir de cair no ridículo de anunciar como medidas “revolucionárias” os contentores de plástico e exibindo viaturas deixadas pela anterior equipa municipal em outdoors espalhados pela cidade.

O deslumbramento pelo poder é de tal ordem que, perdendo por completo a noção do ridículo, Francisco Carvalho ocupou diversos pontos da cidade com outdoors pagos pela Câmara, para promoção da sua imagem, onde, para além dos “revolucionários” contentores e viaturas deixadas pela anterior administração, chama para si o sucesso da campanha de vacinação do Governo indicando, inclusive, um número errado de pessoas vacinadas na cidade da Praia.

Chama ainda para si, não fazendo qualquer referência sobre a sua origem, obras deixadas pela anterior equipa municipal, às quais chamava jocosamente, durante a campanha eleitoral, de “txapa txapa”.

Aliás, nenhuma grande obra foi anunciada sob a marca do atual presidente e o investimento privado parece ter fugido da capital.

Francisco Carvalho não é uma mais-valia para o município, é apenas um mau aprendiz deslumbrado pelo poder e movido por tiques autoritários, responsável por fazer regredir a Cidade da Praia, deitando por terra mais de uma década de desenvolvimento.

Mais recentemente, em desespero de causa, Francisco Carvalho virou- se para o Governo que, segundo parece – e em mais um golpe de rins a que nos habituou -, já não “conspira” contra o presidente da Câmara da Praia.

As “obrinhas”, as obras “txapa txapa” são, agora, segundo a nova narrativa franciscana, obras estruturantes.

Francisco Carvalho é formalmente presidente da Câmara, mas não lidera a cidade, não mobiliza a sociedade nem cria empatias com os munícipes.

Chegou ao fim da linha!

Conforme tive ocasião de dizer no início desta semana: com meio mandato cumprido, o caminho até às eleições de 2024 é um instante e Francisco Carvalho, entre o oportunismo e o populismo, quer cavalgar obras do Governo para disfarçar dois anos de mera propaganda e coisa nenhuma.

Construir uma alternativa credível

Com os praienses, com a sociedade e com os ativismos locais, há que construir uma alternativa credível, competente e agregadora que retire a Praia do fundo do poço e dê dignidade à Capital de Cabo Verde.

E com toda a clareza vos digo: estou disponível para esse combate!

Praia, 22 novembro 2022

Alberto Mello (Beta)

Coordenador da CPC-P