MPD - Conferência de Imprensa Sobre as Armas de Combate em Democracia
Monday, July 14, 2025
14 de julho de 2025
Esta conferência de imprensa foi especialmente convocada para abordarmos uma questão que tem marcado o cenário político nacional e que deve merecer de todos um olhar atento.
Trata-se de atitudes e posicionamentos que configuram um cenário de ataques sistemáticos à democracia cabo-verdiana, através dos órgãos de comunicação social e das redes sociais, com tentativas de condicionamento da ação dos jornalistas e das direções de informação dos órgãos e montagem de planos de aniquilação de adversários, numa estratégia sórdida para se chegar ao poder, através da multiplicação de noticias falsas e da violência verbal, transformados em armas de combate político.
Como é sabido, circulou a ponto de se ter tornado público, um documento do PAICV que emite “orientações táticas” e instruções aos seus ativistas nas redes sociais, instruções essas que atentam contra a democracia, a credibilidade das instituições, a reputação do País e a integridade moral dos adversários políticos.
Na realidade o documento é um manifesto de como chegar ao poder através de métodos extremistas, subversivos e antidemocráticos tais como:
1 – ATACAR TODOS OS COMENTÁRIOS POSITIVOS E, SEMPRE QUE POSSIVEL, ATACAR OS COMENTADORES ATÉ PARAREM DE PARTICIPAR NOS DEBATES, COM OFENSAS, AMEAÇAS E SUSPEIÇÕES, SEMPRE QUE SE MOSTRAR NECESSÁRIO;
2 – ATACAR COM COMENTÁRIOS DEPRECIATIVOS, SEMEANDO DESCONFIANÇA NO USO DO DINHEIRO PUBLICO, COM O OBJETIVO DE OFUSCAR E TIRAR FOCO DAS OBRAS E QUAISQUER OUTROS FEITOS DO GOVERNO
3 – UTILIZAR MASSIVAMENTE FRASES DESMOTIVADORAS E AMEAÇADORAS CONTRA OS APOIANTES DE MpD COMO “2026 ULISSES RUAAA”, “MENTIRA, MENTIROSO”, dirigidas ao primeiro-ministro, incendiando as redes sociais para níveis irracionais potencialmente perigosos.
Na verdade, desde 2016 que vêm fazendo o que agora tornam expresso: manchar as obras e realizações do Governo sem se importar se elas são boas e úteis para o País e sua população; o que importa é sujar, colocar defeitos, desvalorizar e lançar suspeições.
Na verdade, o PAICV clarificou e transformou a narrativa construída e repetida desde que passaram à oposição, em arma oficial de campanha para as legislativas de 2026.
Na verdade, é uma postura sistemática, centrada em narrativas falsas, maquiavelicamente montadas, não para se dar combate político republicano, mas para desvalorizar as conquistas e os avanços do País e destruir os adversários. O que importa é chegar ao poder, custe o que custar.
Senhores jornalistas
Cabo Verde tem uma imagem de País comprometido com a liberdade e com o respeito pelas regras democráticas.
Esta imagem é um património de todos os cabo-verdianos e uma vantagem competitiva da Nação, pelo mundo fora.
Ela é um consenso amplamente construído e que nos tem permitido uma afirmação crescente no cenário interno e externo.
Este Manual de Instruções do PAICV e a sua materialização, já em curso, põe em causa este pacto social, esse compromisso civilizacional, que têm alavancado o desenvolvimento do País e a construção consistente da melhoria das condições de vida e de dignidade do cabo-verdiano.
Fica claro que para a atual direção superior do PAICV não importa nada disto; o fundamental é aceder ao poder acima das causas nacionais.
A prioridade atual do PAICV e seus principais dirigentes não é Cabo Verde; é um projeto de poder, pelo poder, sem olhar a meios, sem ética e sem compromisso.
Ao orquestrar uma operação digital e comunicacional de guerra suja, que utiliza a mentira, o assassinato de carácter e o menosprezo pelas necessidades da Nação é a maior ameaça que a nossa democracia enfrenta, desde 1991.
O Manual em causa, não é apenas um manual, é uma prática.
Uma prática que se propõe intensificar exponencialmente quando se aproxima o ano eleitoral.
Nenhum democrata, independentemente de sua filiação partidária, pode ficar indiferente perante esta realidade.
Porque o que está em causa não é simplesmente ganhar ou perder eleições; é preciso proteger o projeto coletivo de Cabo Verde enquanto democracia consolidada e respeitada no cenário internacional.
Não vale tudo.
Cabo Verde merece muito mais.
A sociedade civil, os partidos comprometidos com a democracia, os meios de comunicação social e os cidadãos conscientes precisam levantar-se e dizer claramente: NÃO ACEITAREMOS ESTA DERIVA.
Muito obrigado