Conferência de imprensa sobre a "Defesa da Democracia"

DENUNCIA DO MANUAL DE REDE SOCIAL PAI

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Na segunda-feira passada, 14 do corrente mês, dei uma conferência de imprensa a denunciar a existência de um preocupante documento, produzido pelo PAICV, denominado “Mobilização Estratégica Digital”, 

O documento foi distribuído, via email, a todos os membros da Equipa da FDC – Frente de Comunicação Digital.

Tivemos igualmente acesso a ele (por email).

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No que parece ser uma operação de fuga propositada, feita por gentes do PAICV que discordam da forma e do conteúdo do documento em causa, e que, até, consideram que a estratégia proposta é “subversiva e um verdadeiro ataque à democracia”.

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Gentes que apesar de estarem nos órgãos relevantes do Partido, discordam da forma como os principais dirigentes lideram e atuam.

Na resposta vem o Presidente do PAICV, negar a autoria do documento. 

Mas, nessa mesma resposta, utiliza as “orientações táticas” que constam do documento, particularmente nos seus pontos 1 e 2, que transcrevemos:

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1 – ATACAR TODOS OS COMENTÁRIOS POSITIVOS E, SEMPRE QUE POSSIVEL, ATACAR OS COMENTADORES ATÉ PARAREM DE PARTICIPAR NOS DEBATES, COM OFENSAS, AMEAÇAS E SUSPEIÇÕES, SEMPRE QUE SE MOSTRAR NECESSÁRIO.

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2 – ATACAR COM COMENTÁRIOS DEPRECIATIVOS, SEMEANDO DESCONFIANÇA NO USO DO DINHEIRO PUBLICO, COM O OBJETIVO DE OFUSCAR E TIRAR FOCO DAS OBRAS E QUAISQUER OUTROS FEITOS DO GOVERNO.

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Paradoxalmente, a resposta do Presidente, não nega que o documento exista.

Antes passa a atacar com mimos como “Infantil”, “leviano”, “mentira”, “mentiroso”, tal como consta do ponto 7 das tais “orientações táticas” insertas no documento.

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Ou seja, “Utilizar massivamente frases desmotivadores” e depreciativas, “contra os apoiantes do MpD”.

E estes adjetivos, a mim dirigidos desde ontem (na televisão e nas redes sociais), são a confirmação da própria orientação estratégica.

Ao mesmo tempo, faz-se de vítima, perseguido pelo MpD, exemplificando com processos judiciais aos quais não responde, fugindo dos tribunais com expedientes e o beneplácito de alguns.

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Efetivamente parece que o Senhor Presidente do PAICV foi apanhado a “atirar pedras e a esconder as mãos”. Não esperava que o documento chegasse até nós e muito menos que a divulgássemos.

Por três dias andou à procura do “traidor” para o punir.

Não conseguiu.

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Decidiu, publicamente, pedir-nos para o ajudarmos a descobrir o denunciante.

Não, senhor presidente, não o faremos. Terá que o descobrir com os seus próprios esforços e meios.

O senhor sabe que o documento existe e que não apenas o aprovou como o utiliza amiúde, como neste caso.

Há uma equipa profissional a aplicar sistematicamente o seu conteúdo, diariamente, nas redes sociais e, na maioria dos casos, com perfis falsos.

Não se faça de vítima e nem se finja de tolo. Desta vez, isto não lhe vai render votos. Pode crer.

O MpD não vai ter que provar nada, em parte alguma. Não é necessário: as evidências são por demais claras. As provas que temos são bastantes e, quando e onde for necessário, serão utilizadas.

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Este combate é político; não é jurídico.

E deve ser o povo a ajuizar a partir dos comportamentos de cada um.

Se o PAICV entender diferente, fica desafiado a utilizar outros meios e cá estaremos para os embates necessários.

Reiteramos: Os objetivos e as orientações constantes do documento “Mobilização Estratégica Digital” são subversivos, atentatórios dos direitos fundamentais consagrados na Constituição e um ataque brutal ao Estado de Direito Democrático: São uma afronta à democracia cabo-verdiana.

No MpD, devemos todos nos mobilizar para o denunciar e explicar à população que isto faz parte de uma estratégia de acesso ao poder a todo o custo. 

Num projeto autocrático, saudosista do regime de partido único e suas instituições de repressão, superiormente planeado pela cúpula de PAICV, em especial o seu Presidente e os seus próximos.

A Democracia é a maior conquista do Cabo Verde independente.

Ela é igualmente um dos maiores ativos de inserção do nosso País no mundo, constituindo-se numa vantagem competitiva para o nosso desenvolvimento.

Todos os democratas têm o dever de se organizar para defendê-la dos apetites autocráticos, em cena.

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Agostinho António Lopes

Secretário Geral do MpD

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