
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA “50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA NACIONAL”
Wednesday, April 30, 2025
A 5 de Julho de 1975, Cabo Verde proclamava solenemente a sua independência.
Portanto este ano estaremos a comemorar os 50 ANOS.
50 anos de sucessos evidentes, que nos vão ensinando o caminho.
50 anos de luta pela dignidade, com um futuro do tamanho das nossos sonhos, da dimensão da nossa resiliência e sempre confiantes na nossa capacidade de luta.
São 50 anos de muito orgulho e de muita esperança.
O MpD entende que a Independência é a maior conquista do povo cabo-verdiano; o momento em que nascemos como Estado e que possibilitou todas as outras conquista conseguidas nestes últimos 50 anos.
Mas ela é de todo o povo e não apenas de alguns que se intitularam e se intitulam “melhores filhos desta terra”; que pretendem que o povo, o Governo e o Estado lhes devem alguma vassalagem e atacam todos quantos entendem pensar, agir e discursar diferente.
Não entenderam que, depois do 5 de Julho de 1975, também aconteceu o 13 de Janeiro de 1991; que o regime que impuseram então, já não mais impera; que já não precisamos de “força, luz e guia” de qualquer partido para termos orgulho da nossa Nação.
Reconhecemos o contributo de todos os que lutaram pela nossa Independência, pelo facto dos sacrifícios consentidos e pelos resultados alcançados. Mas a história segue o seu curso e Cabo Verde não parou no tempo: hoje os protagonistas são escolhidos pelo povo e só a este prestam tributo.
Em democracia, não há legitimidade histórica.
Felicitamos o Estado de Cabo Verde pela forma como organizou, estruturou e está a implementar as festividades dos 50 anos, devolvendo as comemorações ao povo, que é, a final, o verdadeiro pretagonista e dono da Nação independente e democrática.
As festividades iniciaram no passado 25 de abril, nesta cidade do Mindelo, e foram abertas pelo Primeiro Ministro da República com um discurso mobilizador, virado para o futuro e para o quanto ainda temos que lutar por maior dignidade para os cabo-verdianos.
Um discurso de união e da emergência de uma necessidade de consensos, de respeito mútuo e de tolerância democrática: assente na necessidade de melhores condições de vida para as pessoas e do foco no interesse nacional em detrimento de agendas pessoais e de grupos.
A retórica de alguns saudosistas no sentido de orientar a ação e os discursos dos eleitos do povo, não faz sentido nos tempos de hoje e num estado de direito democrático.
Já não se justifica que, para se conseguir protagonismos e notoriedades pessoais, se tente aproveitar indevidamente da imagem e do contributo de Amilcar Cabral, como bengala.
Muito menos se justifica que se use essa figura impar, que sempre lutou pela união dos povos da Guiné e de Cabo Verde com entrega incondicional, com o objetivo de provocar divisões e estratificações no seio da comunidade residente e na diáspora.
Os 50 anos devem servir para consolidar a unidade da Nação.
Por isso nos regozijamos pela forma como foram abertas as festividades, com ações na rua, junto das pessoas.
Foi uma alegria ver a participação dos mindelenses, enchendo os espaços onde decorreram as atividades e se envolvendo nestas de forma entusiástica, indiciando que, desta vez, a festa da unidade será na rua, com o povo.
Que assim seja!
Vander Gomes
-Secretário Geral Adjunto do MpD-