CI - REAÇÃO DO MpD, SOBRE A CARTA DE DEMISSÃO DO DIRETOR DE AUDITORIA INTERNA DA CMP

Tuesday, January 30, 2024

Estamos aqui, porque não podíamos ficar calados, após o conhecimento da carta de demissão do Diretor do Gabinete de Auditoria Interna da Câmara Municipal da Praia, o inspetor Renato Fernandes, enviada ao Sr. PCMP, Francisco Carvalho, denunciando uma série de ilegalidades e crimes cometidos na CMP.


O Diretor, começa por denunciar que, passamos a citar: “Há falsificação e adulteração de contas da CMP em conluio com a Secretária Municipal, indo contra os pareceres da Diretora Financeira, inclusive as enviadas às instituições financeiras para o empréstimo obrigacionista, no valor de 2 milhões de contos.”


O Sr. Diretor da Auditoria Interna na CMP, escreveu que: “Os órgãos municipais e a Bolsa de Valores de Cabo Verde foram enganados, colocando em risco o pagamento dos salários dos funcionários e o pagamento das dívidas comerciais, incluindo as de empreiteiros e outros fornecedores”;


Relativamente à contratação pública, o Sr. Diretor, afirmou que há:  “simulação de concursos públicos, nos quais são forjadas situações que levam ao cancelamento, para posteriormente realizar ajustes diretos com uma empresa específica”,  denuncia ainda a existência de “esquemas envolvendo a Coordenação de UGA, a Secretária Municipal, a Vereadora de Infraestrutura e o Vereador de Cultura, com o propósito de distorcer a realidade, enganar as entidades de controle, contornar a lei e, por fim, favorecer determinadas empresas”.


Relativamente à gestão administrativa, financeira e patrimonial, o Sr. Diretor acusa que “foram celebrados vários contratos de prestações de serviços e de empreitadas de obras públicas com contornos pouco claros, envolvendo diretamente a Senhora Secretária Municipal”; que “a CMP já está tecnicamente falida, “que existem situações em que as faturas são manipuladas, alterando a natureza das despesas, com o objetivo de realizar gastos sem cobertura legal”.


Relativamente à gestão de recursos humanos da CMP, escreve o inspetor, que há um conjuntos de ilegalidades e de ações envolvendo o PCMP, Francisco Carvalho, a Secretaria Municipal Joselina  Carvalho e o Diretor de Recursos Humanos, classifica a situação como “caótica”, e afirma a existência de “diversas fragilidades que resultam em pagamentos indevidos de salários, inclusive  funcionários que são remunerados todos os meses e, no entanto, não se apresentam em seus locais de trabalho”, ele vai mais longe e sublinha “que mensalmente há um movimento anormal de entradas e saídas de pessoas na folha de pagamento.”


Observa-se também que existe processamento de salários a funcionários com idade superior a 65 anos, destes duas dezenas com mais de 80 anos. O inspector diz também que “maioria dos diretores está na situação de ilegalidade, existindo casos de nomeação de directores que, no entanto, não o exercem, mas recebem salários dos referidos cargos”.


Relativamente à cedência de terrenos em regime de aforamento, direito de superfície, compra e venda e protocolos de parcerias no domínio de urbanização, inspetor diz o seguinte: houve concessão de terrenos em Quebra Canela  em regime de aforamento, com áreas de 826,02 m² e 1.297,97 m², num processo que, segundo o inspetor, foi “pouco transparente e com prejuízos para o património do município”.


Afirma ainda que “a situação torna-se ainda menos clara quando sabemos que a Vereadora do Planeamento Territorial, Urbanismo, Infraestruturas e Gestão de Espaços Públicos, Khyra Hopffer Almada, responsável pela decisão de cedência de terreno, possui relação de parentesco” com os mesmos.


Termina, dizendo “que a CMP está completamente desorganizada, imersa em um ambiente de corrupção e enfrentando sérios problemas financeiros, que há indícios claros de que a gestão da CMP está direcionada aos interesses de um grupo de pessoas, composto por decisores da CMP e determinados operadores económicos, e ausência de medidas para combater os atos de corrupção e, principalmente, a aprovação e autorização do senhor Presidente da CMP para execução de atos altamente nocivos ao interesse público.”


Com isso, não podemos deixar de reafirmar que o Sr. PCMP, Francisco Carvalho, é o pior Presidente que a Praia já teve e que precisa ser contido antes que a situação se torne irreversível. Fica também provado que o lugar de Francisco Carvalho é no banco dos réus para se justificar perante um Juiz os crimes.

Como responsáveis e eleitos, vamos enviar a Carta ao ARAP, TC, IGF, PGR, e ao Ministério da Coesão Territorial para atuarem em conformidade.


Obrigado